terça-feira, 3 de abril de 2012

QUANDO TORNAMOS AS BÊNÇÃOS DE DEUS EM ALGO COMUM - Malaquias 1:1,2

Malaquias, que significa “meu mensageiro”, foi o último profeta de Deus do VT. Ele foi boca de Deus para um remanescente ingrato, rebelde e desanimado, apesar das bênçãos grandiosas de Deus: reconstrução do templo com Esdras, reconstrução dos muros com Neemias e retorno a Jerusalém após o exílio. Eles perderam a capacidade de se maravilhar diante das intervenções de Deus, cultivando um espírito acomodado e cínico. Os seis questionamentos (queixas) do povo para com Deus demonstram este espírito. Quando tornamos as bênçãos de Deus em algo comum, incorremos em graves distorções da fé. Vejamos. Primeiro, quando tornamos as bênçãos de Deus em algo comum, desprezamos o seu inigualável amor (1:1,2). Deus relembra ao seu povo sua graciosa eleição, fruto de seu inigualável amor. Inigualável por ser incondicional. Deus ama aqueles que por natureza eram objetos de seu desagrado. Inigualável por ser invencível. Deus ama “até o fim” (Jo 31.1). Inigualável por ser sacrificial. Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito. Mas, a despeito do grande amor de Deus, o povo nutria um sentimento de desprezo e ingratidão: “Em quê tem nos amado?”. Segundo, quando tornamos as bênçãos de Deus em algo comum, oferecemos o pior (1:6-8). Deus esperava ser honrado, contudo, os sacerdotes e o povo ofereciam o pior. À semelhança de um pai ou de um senhor de escravos que recebiam a honra de seu filho ou de seus súditos, Deus esperava ser honrado pelo seu povo, mas obteve o desprezo pela qualidade de suas ofertas. Os animais ofertados eram cegos, coxos e enfermos, contrariando a lei. Eram ofertas indignas até para serem oferecidas a um governante terreno (v 8). E o mais lamentável dessa atitude é que poderiam oferecer o melhor, mas não o faziam (v 14). Para Deus, seria melhor fechar as portas do templo do que ofendê-lo com tais ofertas (v 10). Devemos refletir sobre como tem sido nosso culto oferecido a Deus... Será que Cristo tem de fato recebido a primazia? (Cl 1:18). Terceiro, quando tornamos as bênçãos de Deus em algo comum, invejamos a prosperidade dos perversos (2:17). O povo estava se comportando como Asafe se comportou no passado (Sl 73:3). “Eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos”. A prosperidade dos povos ao redor era causa de inveja, queixas e murmurações contra Deus (3:15). Em outras palavras, diziam: “Deus é injusto!”. O povo não conseguia reconhecer aquilo que Asafe reconheceu: que a riqueza material é efêmera; que o fim deles pode ser trágico; que a verdadeira riqueza é Deus quem nos dá (“Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo”, disse Jesus); que a justiça verdadeira se manifesta em Cristo (3:1-6). Ele virá e julgará a terra com a espada de sua boca (v 1-3). Em sua segunda vinda, Ele exercerá seu julgamento final (4:1,2). Quarto, quando tornamos as bênçãos de Deus em algo comum, usurpamos o que lhe é de direito (3:8,9). O pior ladrão é aquele que não se reconhece como tal. O questionamento: “Em que te roubamos?”, demonstra todo o cinismo do povo em não reconhecer a desobediência e a infidelidade coletiva (v 9): “Vós me roubais, a nação toda”. Eles estavam se apropriando daquilo que não lhes pertencia: o dízimo é do Senhor! Certa feita Jesus foi argüido sobre o imposto, ao que respondeu: “Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Isto é, o cristão foi chamado para ser fiel em todas as esferas de atuação. Quando valorizamos a Deus e sua rica intervenção em nossas vidas, agimos como Davi (1 Cr 29): (1) Reconhecemos que tudo vem das mãos de Deus; (2) E das mãos de Deus o devolvemos.