sábado, 17 de agosto de 2013

O PASTOR INVISÍVEL

Ouvi-o esta semana. Soou-me como um pequeno gracejo que me provocou riso: “Os pastores são invisíveis seis dias por semana e incompreensíveis no sétimo”. Não sei quanto à parte do incompreensível, mas o fato é que, de fato, os pastores são invisíveis seis dias por semana. Geralmente o único momento em que as pessoas da igreja nos veem em ação é quando dirigimos os cultos. Existem algumas outras ocasiões em que realizamos nosso trabalho em público: funerais, casamentos, formaturas. Contudo, quando aconselhamos no gabinete, só a pessoa fica sabendo. Quando visitamos os enfermos, só o doente e sua família ficam sabendo. Quando escrevemos uma carta, só a pessoa que recebe é que fica sabendo. Quando oramos, só Deus sabe. A maior parte das pessoas que pastoreamos tem muita visibilidade no seu trabalho: os professores na sala de aula, homens e mulheres em seus escritórios, policiais em sua corporação, médicos e enfermeiros nos hospitais, funcionários públicos em suas repartições. Não é assim com os pastores. Quando não estamos no santuário, as pessoas a quem pastoreamos nos veem apenas de forma esporádica. Boa parte do nosso trabalho mais importante é realizado nos bastidores. O que as pessoas veem no domingo é só a ponta do iceberg. Gostaria de encontrar meios que transmitissem um pouco das invisibilidades que mantém juntas a vida do pastor e igreja, como povo de Deus, quando não estivéssemos visivelmente juntos. Queria, tanto quanto possível, que as pessoas de minha igreja tivessem acesso às “invisibilidades” da minha vida de pastor, nas quais elas também estão envolvidas de certo modo. Queria que eles soubessem o que fiz e faço entre um domingo e outro enquanto orava nominalmente por eles, estudava as Escrituras para traduzi-las na linguagem e nas circunstâncias da vida deles e conduzia-os em atos de adoração que dessem profundidade às suas vidas. Queria encontrar meios para estabelecer uma comunidade que se estendesse por todos os dias da semana em todo o local de trabalho e em toda família, onde o evangelho se infiltrasse poderosamente pelas horas e dias da semana. Enfim, queria que experimentassem minha invisibilidade, tornando-os assim visíveis para a glória de Deus.