quarta-feira, 12 de março de 2014

O CUIDADO COM A VIDA - O Aborto é Contra as Mulheres

Fiquei aterrorizado uns dias atrás quando ouvi em uma entrevista a ministra das Mulheres dizer que considera o aborto uma espécie de “libertação das mulheres”, especialmente as mais pobres. Indignado, quero demonstrar por que o aborto é moralmente injustificável, além de desmoronar algumas falácias históricas. O que percebo, de antemão, em pessoas como a senhora ministra é um preconceito anticristão que chega a assustar, uma militância antirreligiosa que aceitaria de bom grado a tarefa de eliminar os católicos e os evangélicos em nome de seu apodrecido progresso social. Por que, então, os fetos não poderiam pagar por isso, não é mesmo? Voltemos a magnífica tese da senhora ministra de que “o aborto é expressão da libertação das mulheres”. Vamos fazer um breve passeio pelos inícios do cristianismo, a fim de verificar esta pérola de afirmativa. Por volta do primeiro e segundo séculos, havia em Roma 131 homens para cada cem mulheres e 140 para cada cem na Itália, na Ásia Menor e na África. Esse número é devido ao infanticídio de meninas e de meninos “deficientes” ser moralmente aceitável e praticado em todas as classes. Com a chegada do cristianismo, Cristo santificou o corpo, fazendo-o bendito, porque morada do Espírito Santo, cuja imortalidade já havia sido declarada pelos gregos. Com Jesus, o ser humano agora independe de qualquer condição ou qualidade prévia para integrar a irmandade universal. As mulheres, por razões muito práticas e culturais de sua época, gostaram. O casamento cristão, que é indissolúvel, tem agora as obrigações do marido semelhantes ao da mulher. A unidade da família era garantida com a proibição do divórcio, do incesto, da infidelidade conjugal, da poligamia e do aborto, a principal causa, então, da morte de mulheres em idade fértil. O discurso e a tese da senhora ministra e do feminismo radical se voltam contra as benditas interdições cristãs que auxiliaram a formar a família, a propagar a fé e a proteger as mulheres da sujeição, vergonha e morte. Nos primórdios do cristianismo, a fé se espalhou nas cidades. Para comprovar isso basta dar uma lidinha no Novo Testamento, principalmente em Atos dos Apóstolos e observar a estratégia do apostolo Paulo em pregar nas grandes cidades conhecidas de sua época. Um caso, contudo, ilustra bem o motivo de tal avanço. Entre 165 e 180 a peste matou no curso de quinze anos praticamente um terço da população do império Romano, incluindo o imperador Marco Aurélio. Outra epidemia, em 251, provavelmente de sarampo, também matou muitos. Contudo, a compaixão, a misericórdia e o amor ao próximo dos cristãos fizeram com que a taxa de sobrevivência entre eles fosse maior que entre os pagãos. O ambiente miserável das cidades, de fato, contribuía para a pregação da fraternidade cristã universal. Não, senhora ministra, o cristianismo, na origem, é a religião da solidariedade e da vida, e não da exclusão como dizem a senhora e seus lacaios. E a interdição do aborto (seria tão bom se estas pessoas fossem estudar um pouco!), conferiu dignidade à mulher e protegeu-a da humilhação e da morte, bem como todos os outros valores que constituem algumas das noções de família que vigoram até hoje. A família que hoje eles chamam pejorativamente de “família burguesa” é, na verdade, na origem, a família cristã, muito antes do desenvolvimento do capitalismo. O que o cristianismo fez, dentre muitas coisas, foi expandir a proteção às mulheres e às crianças. Na China, por razões culturais e econômicas, os casais sob o controle da natalidade têm apenas um filho. Eles optam, então, por um menino e praticam o chamado aborto seletivo: “É menina? Então tira!”. Nesse particular, a China é certamente o paraíso de algumas de nossas feministas e da senhora ministra, e também de muitos dos nossos psicólogos sociais, não é? A prática a que se chama “libertação da mulher” por lá serve para matar mulheres! Daí, a China moderna, de primeiro-mundo, repetir as mesmíssimas brutalidades combatidas pelo cristianismo primitivo. Que desgraça de humanismo vigarista é esse que estabelece as precondições para que uma vida humana possa ser considerada “viável”? Se não querem ver no corpo humano a habitação de Deus, que o considerem, ao menos, a morada do “homem”.