sábado, 30 de julho de 2011


ELEMENTOS ESSENCIAIS QUE IDENTIFICAM A IGREJA DE CRISTO
João 15:1-16

INTRODUÇÃO

Cada local que conhecemos tem sua singularidade. São características que fazem do lugar único. Nessas férias de julho tive o privilégio de conhecer alguns lugares assim: marcados pela sua singularidade. Assim é o evangelho de João: singular. Há nele alguns elementos que o marcam como único e o destaca dos outros três (Mateus, Marcos e Lucas).

Uma das singularidades é a preocupação com a igreja. Ele deseja apontar quais são os elementos essenciais que a identificam como uma verdadeira igreja de Cristo. Isso está representado aqui neste texto sobre a “Videira Verdadeira”. Vejamos:

1. O primeiro elemento essencial que identifica a igreja é a sua união e permanência com Cristo (v 4).

A igreja de Cristo provém de sua união e permanência com Ele (a palavra “permanecer” ocorre dez vezes nestes dezesseis versos). Ela existe e subsiste devido a isso. O que faz da igreja ser igreja é que ela depende de sua união com Cristo para existir. Esta união e permanência mística é a base para qualquer realização lícita que a igreja venha desempenhar (v 5): “Sem mim, nada podeis fazer”. Sem isso, não há nada que glorifique a Deus, pelo contrário, serve apenas para ser lançado no fogo (v 6).

Permanecer com Cristo é permanecer na Sua Palavra (v 7). No sermão escatológico de Cristo, Ele fala da eternidade da Palavra (Mateus 24:35). “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão”. Ou seja, Jesus fala da permanência de Sua Palavra em contraste com a transitoriedade do mundo. A Palavra é eterna, enquanto o mundo é passageiro. Ele também fala da realidade absoluta de Sua Palavra em contraste com a relatividade do mundo. Cristo é o verdadeiro “fundamento” sob o qual a igreja e o homem devem estar e permanecer.

2. O segundo elemento essencial que identifica a igreja é a purificação e santificação por Cristo (v 1,2).

As religiões teimam em criar sistemas de purificação com a finalidade de dar ao homem a possibilidade do acesso a Deus, embora todas elas falhem. O que o evangelho trouxe à luz é que a pureza é um dom. É Cristo quem nos torna puros (Jo 13:10, Jo 17:3). É Ele quem declara: “Vós estais limpos”. É por meio de Sua bendita Palavra que a santificação ocorre (Jo 15:3, 17:17-19). É ela quem nos lava de toda imundícia do pecado e nos habilita a sermos “novas criaturas”.

Mas, como um dom, a pureza necessita de nossa cooperação. A santificação é um processo sinérgico, ou seja, há uma justa união entre o que Cristo faz e o que eu faço. Ela é um processo dinâmico de desenvolvimento do dom que recebemos de Cristo. Sem a santificação ninguém verá o Senhor, declarou o apóstolo Paulo. Isso significa que a fé genuína, posta agora em operação através da ação do Espírito Santo, santifica-nos a fim de sermos recebidos como servos bons e fiéis. A fé falsa, não.

3. O terceiro e último elemento essencial que identifica a igreja é a produção de fruto para Cristo (v 2,5,8,16).

A santificação não envolve apenas purificação, mas também missão (Jo 17:17-19). Significa que agora pertencemos a Deus para servi-Lo de todo o nosso coração. Significa uma nova destinação. Uma nova esfera de ação. O homem é destinado para Deus e não para si mesmo. Significa deixar de estar à disposição do homem e de seus interesses mundanos e colocar-se à disposição de Deus. À santificação segue-se a missão. O homem agora frutifica para Deus.

Há nele uma disposição para agradá-Lo e servi-Lo: (1) É uma disposição intensa (v 5): “Muito fruto”. (2) É uma disposição que glorifica a Deus (v 8): “Nisto é glorificado o Pai, em que deis muito fruto”. (3) É uma disposição permanente (v 16): “E o vosso fruto permaneça”. Dentre os frutos, o maior é o amor (v 12, 17, Jo 13:34,35). Aliás, o amor é a identidade do cristão.

CONCLUSÃO

1. A união e a permanência com Cristo nos habilita a ser igreja. A igreja advém de sua união com Cristo.

2. A purificação e santificação por Cristo nos capacita a ser igreja. A capacidade da igreja não provém de suas habilidades, mas de sua semelhança com Cristo.

3. A produção de frutos para Cristo nos disponibiliza a ser igreja. São através dos frutos que seremos reconhecidos.

Agora, notem: é com Cristo, por Cristo e para Cristo, “porque dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas”. Amém!