Atenção, eles chegaram! E parecem querer dominar o mundo. Quem são eles? Os adolescentes, claro! Por isso, precisamos saber quem são esses invasores...
Primeiro, a adolescência não é um problema, é apenas mais uma fase do desenvolvimento humano. Todos nós passamos por ela. É uma fase de transição, e como toda transição, conflituosa. É conflituosa porque estão no limiar entre crianças e adultos. Ora são uma coisa, ora outra. É também uma fase de auto-afirmação. Acham-se detentores de toda sabedoria dos tempos modernos, suplantando em muito os anos de vivência e maturidade dos pais. É uma fase de erupção. Estranhos órgãos começam a despontar, outros a desaparecer. As mãos se transformam em asas. Eles querem voar para longe. A língua sofre uma retração. Eles se calam (com os pais, é claro!). O cordão umbilical transforma-se no cordão virtual. Eles estão constantemente conectados com o bando.
Segundo, há dois tipos de adolescência. Há a adolescência “etária”, que é um fenômeno fisiológico e perfeitamente normal. Geralmente ocorre dos 12 aos 19 anos com as características descritas acima. Mas, há também a adolescência “otária”, que é um fenômeno social e anormal. Ocorre uma perturbação no comportamento tais como zombarias, rebeldias, pichações, gangues, rachas em alta velocidade e outras disfunções do tipo.
O comportamento social do adolescente pode ser comparado ao comportamento social e psicológico das maritacas. Vejamos. As maritacas andam sempre em bandos, assim como os adolescentes. Maritaca solitária é aberração. As maritacas são todas iguais. Olhe para um bando de adolescentes e tente distinguir alguém diferente. As maritacas gritam todas ao mesmo tempo. Você já experimentou sentar-se ao lado de uma mesa de adolescentes? É o que mais se aproxima do alvoroço das maritacas. E por fim, as maritacas não se importam com a direção em que voam, mas com o agito enquanto voam.
Se você é pai de adolescente é hora de cair na real. Seu filho não é mais criança. Como já afirmei, as mãos deram lugar as asas. Você será substituído pela turma. Por isso, fique atento na turma da qual seu adolescente anda. A liberdade vigiada ainda é a melhor estratégia já que todo adolescente vive a “Síndrome de Sansão”, o poder e a força chegaram com os pêlos. Papai e mamãe devem canalizar este “poder” para a vida e a bondade.
Se há em sua casa um adolescente rebelde procure detectar se a “causa” da rebeldia não está dentro de casa. Na maioria das vezes a rebeldia é uma auto-afirmação para esconder uma carência. Procure não dar ordens ou conselhos, pois ele fará o contrário. Dê carinho, amor, aceitação e responsabilidades, pois assim se sentirá valorizado. Mas, acima de tudo, ore. Coloque seu adolescente no altar do Senhor e esteja sempre por perto para juntar os cacos. A “cura” vem com o tempo.
Não há mais como evitar, os invasores chegaram. Resta-nos oferecer-lhes o que temos de melhor: o amor!