terça-feira, 30 de março de 2010

CARTA AOS ADOLESCENTES E AOS PAIS

      Atenção, eles chegaram! E parecem querer dominar o mundo. Quem são eles? Os adolescentes, claro! Por isso, precisamos saber quem são esses invasores...
     Primeiro, a adolescência não é um problema, é apenas mais uma fase do desenvolvimento humano. Todos nós passamos por ela. É uma fase de transição, e como toda transição, conflituosa. É conflituosa porque estão no limiar entre crianças e adultos. Ora são uma coisa, ora outra. É também uma fase de auto-afirmação. Acham-se detentores de toda sabedoria dos tempos modernos, suplantando em muito os anos de vivência e maturidade dos pais. É uma fase de erupção. Estranhos órgãos começam a despontar, outros a desaparecer. As mãos se transformam em asas. Eles querem voar para longe. A língua sofre uma retração. Eles se calam (com os pais, é claro!). O cordão umbilical transforma-se no cordão virtual. Eles estão constantemente conectados com o bando.
     Segundo, há dois tipos de adolescência. Há a adolescência “etária”, que é um fenômeno fisiológico e perfeitamente normal. Geralmente ocorre dos 12 aos 19 anos com as características descritas acima. Mas, há também a adolescência “otária”, que é um fenômeno social e anormal. Ocorre uma perturbação no comportamento tais como zombarias, rebeldias, pichações, gangues, rachas em alta velocidade e outras disfunções do tipo.
     O comportamento social do adolescente pode ser comparado ao comportamento social e psicológico das maritacas. Vejamos. As maritacas andam sempre em bandos, assim como os adolescentes. Maritaca solitária é aberração. As maritacas são todas iguais. Olhe para um bando de adolescentes e tente distinguir alguém diferente. As maritacas gritam todas ao mesmo tempo. Você já experimentou sentar-se ao lado de uma mesa de adolescentes? É o que mais se aproxima do alvoroço das maritacas. E por fim, as maritacas não se importam com a direção em que voam, mas com o agito enquanto voam.
     Se você é pai de adolescente é hora de cair na real. Seu filho não é mais criança. Como já afirmei, as mãos deram lugar as asas. Você será substituído pela turma. Por isso, fique atento na turma da qual seu adolescente anda. A liberdade vigiada ainda é a melhor estratégia já que todo adolescente vive a “Síndrome de Sansão”, o poder e a força chegaram com os pêlos. Papai e mamãe devem canalizar este “poder” para a vida e a bondade.
     Se há em sua casa um adolescente rebelde procure detectar se a “causa” da rebeldia não está dentro de casa. Na maioria das vezes a rebeldia é uma auto-afirmação para esconder uma carência. Procure não dar ordens ou conselhos, pois ele fará o contrário. Dê carinho, amor, aceitação e responsabilidades, pois assim se sentirá valorizado. Mas, acima de tudo, ore. Coloque seu adolescente no altar do Senhor e esteja sempre por perto para juntar os cacos. A “cura” vem com o tempo.
     Não há mais como evitar, os invasores chegaram. Resta-nos oferecer-lhes o que temos de melhor: o amor!

terça-feira, 23 de março de 2010

OS MISSIONÁRIOS SÃO DESEQUILIBRADOS?

Os missionários são desequilibrados? Claro que são. Provavelmente, ele começou como um homem ou uma mulher comum. Vestia-se como as outras pessoas. Tinha os mesmos gostos de qualquer um de nós. Porém, mesmo antes de sair para o campo, ele se tornou diferente. Admirado por alguns, digno de dó de outros, ele era conhecido como alguém que estava deixando o país, os projetos e o lar por uma visão.
Agora que ele voltou parece ainda mais diferente. Para ele, algumas coisas – grandes coisas – simplesmente não parecem importantes. Os jogos do campeonato estadual ou até mesmo nacional não o interessam de maneira especial. Ele aparentemente não vê as coisas como as outras pessoas vêem. Os assuntos do momento parecem deixá-lo indiferente. Onde será que ele esteve?
Ele esteve onde o conflito com o mal é aberto e intenso, uma luta, não uma moda. Onde as roupas não se combinam porque há pouco tempo para se preocupar com isso. Onde as pessoas estão morrendo, carecendo de qualquer ajuda que ele possa oferecer, e a maioria delas sem ao menos saber que ele tem algo a dar. Onde o calor é de 48 graus à sombra e ele não pode perder tempo refugiando-se nela.
Não só os valores, mas o tempo parece ter passado para ele. Quando você fala sobre “Diante do Trono”, “Toque no Altar”, “Show Gospel”, ele olha espantado. Quando você menciona o filme ganhador do Oscar ele pergunta o que é isso. Você não imagina há quanto tempo ele está fora.Tudo bem, quanto tempo ele ficou fora? Tempo suficiente para que 30 milhões de pessoas fossem para a eternidade sem Cristo, sem nenhuma oportunidade de ouvir o evangelho, e algumas delas bem diante de seus olhos: quando aquele frágil barco afundou, quando aquela epidemia de cólera se espalhou, quando aquele conflito armado islâmico se deflagrou... Tempo suficiente para ver uns poucos homens e mulheres se entregando a Cristo, vê-los beberem do ensinamento que lhes deu. Tempo para lutar e sofrer com eles por causa da perseguição oriunda de parentes e amigos não-cristãos. Tempo para ver um pequeno grupo se desenvolver numa igreja local.
Então, ele é diferente. Mas, parece desnecessário agora. Bem que ele poderia dar mais atenção ao que está acontecendo em seu país, às roupas, à vida social, ao lazer, já que está aqui. É claro que poderia. Mas, ele não pode esquecer que o dinheiro de um terno novo compraria três mil Novos Testamentos, que enquanto gastamos um dia no trabalho, cinco mil indianos ou chineses vão para a eternidade sem Cristo. Logo, quando um missionário volta para a igreja ou para o seu grupo de cristãos, lembre-se de que ele provavelmente estará diferente.
Lógico, o missionário está desequilibrado.
Mas, pelo padrão de quem? O nosso ou o de Deus?