quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

RESOLUÇÕES DE ANO NOVO

O início de uma vida nova, com mais dinheiro, saúde, qualidade de vida e felicidade parece uma realidade palpável para muita gente na noite da virada do ano. Enquanto os fogos pipocam o céu, várias promessas são feitas, acompanhadas de superstições que beiram a insanidade. Mas, poucas dessas promessas sobrevivem ao dia seguinte. A razão para isso vai desde a falta de perseverança até querer realmente o que se propõe. É necessária uma profunda reflexão sobre o que se almeja para não se apagar como os fogos de artifício da virada. As resoluções mais confiáveis encontram-se na Palavra de Deus, pois ela é a vontade de Deus para o homem. Resolver fazer a vontade de Deus, certamente nos conduzirá a lugares seguros, prazerosos e, acima de tudo, mais próximos de Deus – que é a fonte de toda alegria e realização humana. Neste primeiro dia do ano quero extrair de quatro personagens bíblicos quatro resoluções acertadas que tomaram e mudaram as suas vidas para sempre. Bem que poderiam ser as nossas a partir de hoje. Vejamos. A primeira resolução foi tomada por um profeta: “Resolveu Daniel firmemente não se contaminar” (Dn 1:8), foi sua decisão. Diante de finos manjares oferecidos por um rei idólatra e tirano, ele resolveu não participar do banquete, preferindo uma dieta mais leve. Ele decidiu ser diferente para a glória de Deus. Eis a primeira resolução que tomo neste início de ano: EU RESOLVO BUSCAR UMA VIDA DE SANTIFICAÇÃO PARA A GLÓRIA DE DEUS. A santificação é a principal evidência do novo nascimento promovido pelo Espírito Santo. Ela é um processo que envolve duas partes: Deus e eu. É sinérgico na medida em que Cristo persevera em mim e eu me esforço para me tornar como Ele. Contudo, a santificação é um processo que dura a vida inteira, e sem ela ninguém verá a Deus. A segunda resolução foi tomada por um rico cobrador de impostos: “Eu resolvo dar metade dos meus bens aos pobres” (Lc 19:8). Ao se oferecer para ficar em sua casa, Jesus conquistou o avarento e corrupto Zaquel. E quando somos conquistados por Cristo, abrimos mão de nossas conquistas pessoais, porquanto possuímos agora a pérola de maior valor. Foi isso que ele fez. Resolveu dar metade de seus bens aos pobres e restituiu quatro vezes mais àqueles os quais defraudou. Eis a segunda resolução de ano novo: EU RESOLVO SER MAIS GENEROSO COM OS MEUS DONS PARA A GLÓRIA DE DEUS. A generosidade é uma das principais marcas do cristão. É só dar uma olhada na igreja primitiva para vislumbrar a graça do oferecimento (Atos 2:42-47). A generosidade é o amor em ação. É o custeio daquilo que está no coração, à semelhança do samaritano que não apenas resgata o moribundo, mas custeia as suas despesas com o tratamento (Lc 11:35). A generosidade mede o nosso envolvimento com o Reino de Deus, nem mais, nem menos. A terceira resolução provém de um rei: “E depois disso, resolveu Joás renovar a Casa do Senhor” (2Cr 24.4). Após um período de apostasia, lutas pelo poder e morte, Joás irrompe como um grande paladino para reconstruir o altar e o culto a Deus perante o povo. Eis a terceira resolução de ano novo: EU RESOLVO ME COMPROMETER MAIS COM A OBRA DO SENHOR. O profeta Ageu denunciou o descaso de uma nação para com o “templo”, enquanto concentravam-se em suas próprias casas, não muito diferente do que encontramos na sociedade hodierna. Ao contrário de Esdras, Neemias e Salomão que iniciaram pela Casa do Senhor, teimamos em iniciar pela nossa própria casa, enquanto a obra do Senhor padece de trabalhadores. A última resolução advém de uma viúva estrangeira: “Rute estava de todo resolvida em ir com Noemi” (Rt 1:18). Mesmo não tendo nenhum vínculo legal com a sogra, já que o marido morrera e ela não tinha mais filhos, Rute resolveu se aliançar com ela em uma das mais belas declarações de amor e amizade narradas na Bíblia. Eis a minha última resolução de ano novo: EU RESOLVO ME COMPROMETER MAIS COM AS PESSOAS. Relacionar-me mais com elas. Procurar servi-las naquilo que estiver ao meu alcance. Dedicar-me um pouco mais aos outros e menos a mim mesmo, respirando e tentando sorver as palavras de um jovem pastor da Alemanha nazista sobre Jesus: “Jesus foi um homem para os outros”. E que Deus me ajude para que estas resoluções não se apaguem como os fogos da virada...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O NATAL QUE EU NÃO CONHECI A história do primeiro Natal O Natal está às portas, e com ele um movimento esperado: presentes, enfeites, festas, cartões, árvores, Papai Noel, entre outros. Ao contrário do que a sociedade gostaria que crêssemos, o primeiro Natal contrasta com esta realidade. Por isso, ao se aproximar o Natal, convido-o a afastar-se da ilusão dos cartões e das vitrines, indo para a sua verdadeira história. Há nela alguns acontecimentos que muitos desconhecem. A ANUNCIAÇÃO: Ao invés de famílias tranqüilas e felizes, o evangelho de Lucas registra que Maria, ao receber a visita do anjo, anunciando sua concepção sobrenatural, teve medo (Lc 1:28-38): “Como será isto, pois não tenho relação com homem algum” (Lc 1:34). As implicações e as conseqüências deste fato eram terríveis. O adultério era passível de morte por apedrejamento. E seus pais, o que diriam? Será que creriam em sua história? E o seu noivo, José? Será que lhe daria crédito? Parece que inicialmente não creu, pois a deixou secretamente (Mt 1:19). Lá estava ela, uma adolescente sozinha, desamparada, abandonada pelo noivo, procurando refúgio na única pessoa que poderia compreendê-la, Isabel. Mas o que mais me chama a atenção em Maria é que diante de todas as implicações ela não se acovardou, e respondeu: “Aqui está a serva do Senhor, que se cumpra em mim conforme a tua Palavra” (Lc 1:38). Com grande freqüência, uma obra de Deus vem sempre acompanhada de dois gumes: grande alegria e grande sofrimento. Nesta resposta, Maria abraçou os dois, sendo a primeira pessoa a aceitar Jesus com todas as suas implicações. O NASCIMENTO: A vinda de Jesus ao mundo segue as mesmas dificuldades e sobressaltos: o recenseamento, a viagem árdua de Nazaré a Belém, a falta de acomodações próprias, e por fim, um estábulo improvisado (Lc 2:1-7). Naquele lugar tão diferente das atuais maternidades, nasce o Rei, tendo por cama uma manjedoura, local onde se colocavam alimento para os animais. O que uma jovem adolescente poderia pensar diante desse quadro: “Que salvador será este? Que rei vem ao mundo desta maneira? Como poderá herdar o trono de Davi se o que ele tem é apenas uma manjedoura suja e improvisada? Será que tudo isso não passou de um sonho?” Mas, aquilo que aos olhos humanos ainda era obscuro, Deus declarou em plena luz nos campos: a glória de Deus brilhou aos pastores (Lc 2:18-14) e ao firmamento, guiando os magos do oriente até o menino (Mt 2:1-12). Ao receber presentes da realeza (ouro, incenso e mirra), penso que Maria deve ter se perguntado: “Quem é este menino verdadeiramente?”. A MATANÇA DOS INOCENTES: Engraçado, nunca vi em um cartão de Natal nem em uma vitrine a descrição deste ato insano e terrorista patrocinado pelo Estado! Mas ele também faz parte do primeiro Natal. Herodes, sentindo-se ameaçado pelo nascimento de um rei, reagiu como de costume: ordenou que assassinassem todas as crianças de dois anos para baixo (Lc 2:16-18). E assim, Jesus entrou no mundo, no meio da disputa e do terror, indo passar a sua infância escondido no Egito, como um terrorista refugiado numa nação que trazia lembranças tão amargas (Mt 2:13-15). Logo após a morte de Herodes, um anjo ordena a José que retorne a Galiléia. Finalmente, eles poderiam ter um pouco de paz e tranqüilidade para criar o seu filho Jesus (Mt 2:19-23). REVELANDO A DEUS: Se Jesus veio revelar Deus ao mundo, então o que eu aprendo acerca de Deus neste primeiro Natal? A primeira lição é a humildade. Ao contrário do deus vingativo e insano de algumas religiões, Deus se humilhou em sua busca desesperada pela restauração do homem, corrompido pelo pecado. A segunda lição é a proximidade. Em Jesus, Deus nos deu um rosto. Ele tornou-se acessível a todos os que o buscam. Agora sabemos que Deus não está distante, mas ao alcance e bem próximo de todos nós. A terceira lição é o esvaziamento. Há um poema que traduz bem esta realidade: O Deus de poder, enquanto percorria, em suas majestosas roupagens de glória, resolveu parar; e assim um dia Ele desceu, e pelo caminho se despia. Ele se esvaziou de sua glória para absorver o nosso pecado na cruz, reconciliando-nos com o Pai... Seria bom se o mundo conhecesse a verdadeira história do primeiro Natal.