quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A CONFRONTAÇÃO DA FÉ

A CONFRONTAÇÃO DA FÉ Mateus 7:13-29 Mateus é o evangelho do Rei. Jesus é apresentado como o Rei Supremo e Todo-Poderoso. O capítulo 1 fala da genealogia do Rei. O capítulo 2 do nascimento do Rei. O capítulo 3 fala do batismo do Rei. O capítulo 4 narra a tentação do Rei e o capítulo 5 os princípios do Rei (O SERMÃO DO MONTE). O Sermão do Monte estabelece a justiça, a santidade e o caráter do Rei e dos súditos do Rei, sempre apresentando o contraste com a religião judaica. Jesus conclui o Sermão do Monte confrontando seus discípulos e os religiosos de sua época sobre a veracidade da fé. Ele quer avaliar se nossa fé é verdadeira, é genuína. Para isso, Ele utiliza três figuras (metáforas) com o mesmo padrão, a fim de nos ajudar a avaliar a nossa vida de fé: dois caminhos, duas árvores e dois alicerces. Em cada figura, Jesus confronta um componente da fé genuína. Vejamos se eles estão presentes ou não na igreja de Cristo contemporânea. PRIMEIRO, OS DOIS CAMINHOS CONFRONTAM O CUSTO DA FÉ (v 13,14). A figura dos dois caminhos tem sido comum em muitos pensamentos religiosos desde a época de Sócrates (400 a.C.). Para ele havia o “caminho da virtude” (alcançada através do conhecimento, principalmente do auto-conhecimento: “Conheça-te a ti mesmo”) e o “caminho do vício” (privação do conhecimento e entrega às paixões da carne). Jesus também propôs dois caminhos: Um estreito e apertado, e outro largo e espaçoso. Se optarmos pelo caminho largo (espaçoso), levamos conosco as “bagagens”, as “bugigangas” do pecado, dos prazeres lascivos, dos desejos mundanos (orgulho, avareza e egoísmo). Se optarmos pelo caminho estreito (apertado), temos de abrir mão de algumas destas coisas. Eis, portanto, o primeiro teste que os dois caminhos propõem: “NOSSA FÉ EM JESUS CUSTOU ALGUMA COISA?” Não para a salvação, mas para o testemunho. Houve renúncia de si mesmo, abandono do pecado, sacrifício do discipulado cristão? Abrimos mão do egoísmo, do orgulho, da soberba, da avareza, dos prazeres mundanos, da satisfação do ego? Houve identificação com o caminho percorrido pelo próprio Jesus em obediência ao Pai? “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruze siga-me” (Mc 8:34). O cientista do passado Blaise Pascal, escreveu: “Cristo nos aceita como estamos. Mas, se nos entregamos a Ele não podemos permanecer como estamos”. SEGUNDO, AS DUAS ÁRVORES CONFRONTAM O FRUTO DA FÉ (v 15-20). Esta ilustração mostra que a verdadeira fé em Cristo transforma a vida e produz frutos para a glória de Deus. É o evangelho do “novo nascimento” (João 3: “Importa-vos nascer de novo”). É o evangelho da “transformação” (“Eu era cego, agora vejo”). É o evangelho da “mudança” (De Jacó para Israel, de Simão para Pedro, de Saulo para Paulo). “As coisas antigas passaram, eis que tudo se fez novo”. Eis o segundo teste que as duas árvores propõem: “NOSSA FÉ EM CRISTO MUDOU A NOSSA VIDA?”. Somos realmente ovelhas do seu pastoreio ou colocamos um disfarce? (como os falsos profetas: “lobos disfarçados em ovelhas” cf. v 15). Será que nascemos de novo? George Whitefield pregou 300 sermões sobre o “Novo Nascimento”, ao que um membro de sua igreja lhe perguntou: “Até quando o senhor continuará pregando sobre o novo nascimento?”. Ele respondeu: “Até quando você nascer de novo”. Será que apresentamos a evidência da mudança: os bons frutos? Gl 5:22: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com suas paixões e concupiscências”. TERCEIRO, OS DOIS ALICERCES CONFRONTAM A RESISTÊNCIA DA FÉ (v 24-27). As duas casas da história tinham vários aspectos em comum: ambas foram construídas, ambas foram concluídas, ambas sujeitas às tempestades. Porém, há uma diferença: o alicerce. Ou seja: “a obediência a vontade de Deus é a prova da verdadeira fé em Cristo, e essa fé verdadeira resiste a todas as provações”. UMA FALSA PROFISSÃO DE FÉ DURA ATÉ A PROVAÇÃO(v 27). Muitos que declaram a sua fé em Cristo acabam por negá-la quando a vida torna-se difícil, quando a tempestade vem, quando as adversidades batem a porta. Como é o caso da pessoa que recebeu a semente da Palavra de Deus num coração rochoso, sem profundidade. E quando vieram as provações, as angústias, logo se escandalizaram e abandonaram a fé (Mc 4: 5, 16, 17). Uma fé verdadeira resiste às mais duras provações, à semelhança daquela solitária idosa que me confidenciou: “Perdi meus quatro filhos no mesmo ano, o primeiro em um acidente e os outros três de enfermidades, mas não perdi a fé!” Apesar de viver em um lar para idosos, celebra com alegria sua fé em Cristo. Eis o terceiro confronto que os dois alicerces propõem: “NOSSA FÉ EM CRISTO RESISTE ÀS PROVAÇÕES?”. Sobre qual fundamento temos construído a nossa casa? Temos permanecido de pé quando as tempestades vêem? A prova final da verdadeira fé é se permanecemos de pé: “Vigiai, pois, a todo o tempo, orando, para que possais escapar de todas essas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem” (Lc 21:36). Nossa fé resistirá ao Juízo Final? CONCLUSÃO Paulo escreveu: “Examine-se o homem a si mesmo” (1Co 11:28). “Uma vida não examinada não é digna de ser vivida” (Sócrates). Portanto, NOSSA FÉ EM JESUS NOS CUSTOU ALGUMA COISA? Houve renúncia, abandono de pecado, sacrifício? NOSSA FÉ EM JESUS MUDOU A NOSSA VIDA? Somos ovelhas ou bodes? Nova criatura ou velho homem? Qual o tipo de fruto que produzimos? Obras da carne ou fruto do Espírito? NOSSA FÉ EM JESUS RESISTE ÀS TEMPESTADES? “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”? Nossa fé é “ainda que” como Habacuque e Jó, ou “por causa de”. “Porque todo aquele que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1Jo 5:4). Fé em Jesus!