sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O NATAL QUE EU NÃO CONHECI A história do primeiro Natal O Natal está às portas, e com ele um movimento esperado: presentes, enfeites, festas, cartões, árvores, Papai Noel, entre outros. Ao contrário do que a sociedade gostaria que crêssemos, o primeiro Natal contrasta com esta realidade. Por isso, ao se aproximar o Natal, convido-o a afastar-se da ilusão dos cartões e das vitrines, indo para a sua verdadeira história. Há nela alguns acontecimentos que muitos desconhecem. A ANUNCIAÇÃO: Ao invés de famílias tranqüilas e felizes, o evangelho de Lucas registra que Maria, ao receber a visita do anjo, anunciando sua concepção sobrenatural, teve medo (Lc 1:28-38): “Como será isto, pois não tenho relação com homem algum” (Lc 1:34). As implicações e as conseqüências deste fato eram terríveis. O adultério era passível de morte por apedrejamento. E seus pais, o que diriam? Será que creriam em sua história? E o seu noivo, José? Será que lhe daria crédito? Parece que inicialmente não creu, pois a deixou secretamente (Mt 1:19). Lá estava ela, uma adolescente sozinha, desamparada, abandonada pelo noivo, procurando refúgio na única pessoa que poderia compreendê-la, Isabel. Mas o que mais me chama a atenção em Maria é que diante de todas as implicações ela não se acovardou, e respondeu: “Aqui está a serva do Senhor, que se cumpra em mim conforme a tua Palavra” (Lc 1:38). Com grande freqüência, uma obra de Deus vem sempre acompanhada de dois gumes: grande alegria e grande sofrimento. Nesta resposta, Maria abraçou os dois, sendo a primeira pessoa a aceitar Jesus com todas as suas implicações. O NASCIMENTO: A vinda de Jesus ao mundo segue as mesmas dificuldades e sobressaltos: o recenseamento, a viagem árdua de Nazaré a Belém, a falta de acomodações próprias, e por fim, um estábulo improvisado (Lc 2:1-7). Naquele lugar tão diferente das atuais maternidades, nasce o Rei, tendo por cama uma manjedoura, local onde se colocavam alimento para os animais. O que uma jovem adolescente poderia pensar diante desse quadro: “Que salvador será este? Que rei vem ao mundo desta maneira? Como poderá herdar o trono de Davi se o que ele tem é apenas uma manjedoura suja e improvisada? Será que tudo isso não passou de um sonho?” Mas, aquilo que aos olhos humanos ainda era obscuro, Deus declarou em plena luz nos campos: a glória de Deus brilhou aos pastores (Lc 2:18-14) e ao firmamento, guiando os magos do oriente até o menino (Mt 2:1-12). Ao receber presentes da realeza (ouro, incenso e mirra), penso que Maria deve ter se perguntado: “Quem é este menino verdadeiramente?”. A MATANÇA DOS INOCENTES: Engraçado, nunca vi em um cartão de Natal nem em uma vitrine a descrição deste ato insano e terrorista patrocinado pelo Estado! Mas ele também faz parte do primeiro Natal. Herodes, sentindo-se ameaçado pelo nascimento de um rei, reagiu como de costume: ordenou que assassinassem todas as crianças de dois anos para baixo (Lc 2:16-18). E assim, Jesus entrou no mundo, no meio da disputa e do terror, indo passar a sua infância escondido no Egito, como um terrorista refugiado numa nação que trazia lembranças tão amargas (Mt 2:13-15). Logo após a morte de Herodes, um anjo ordena a José que retorne a Galiléia. Finalmente, eles poderiam ter um pouco de paz e tranqüilidade para criar o seu filho Jesus (Mt 2:19-23). REVELANDO A DEUS: Se Jesus veio revelar Deus ao mundo, então o que eu aprendo acerca de Deus neste primeiro Natal? A primeira lição é a humildade. Ao contrário do deus vingativo e insano de algumas religiões, Deus se humilhou em sua busca desesperada pela restauração do homem, corrompido pelo pecado. A segunda lição é a proximidade. Em Jesus, Deus nos deu um rosto. Ele tornou-se acessível a todos os que o buscam. Agora sabemos que Deus não está distante, mas ao alcance e bem próximo de todos nós. A terceira lição é o esvaziamento. Há um poema que traduz bem esta realidade: O Deus de poder, enquanto percorria, em suas majestosas roupagens de glória, resolveu parar; e assim um dia Ele desceu, e pelo caminho se despia. Ele se esvaziou de sua glória para absorver o nosso pecado na cruz, reconciliando-nos com o Pai... Seria bom se o mundo conhecesse a verdadeira história do primeiro Natal.

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