sábado, 4 de abril de 2009


FRAGMENTOS PARA VIVER OU MORRER


Por trás do cadáver no laboratório, por trás do ressentimento em uma relação, por trás da senhora que dança e do homem que bebe de forma insana, por trás do olhar de fadiga, da crise de enxaqueca, e do suspiro, há sempre outra história, há mais do que nos chega aos olhos (W.H.Auden)

Toda formiga conhece o segredo de seu formigueiro, toda abelha conhece o segredo de sua colméia. Elas sabem de seu próprio jeito, e não do nosso jeito. Somente a humanidade não sabe o seu segredo (Fiodor Dostoievski).

Quando damos as costas para a Luz, tudo a nossa frente se encontra banhado em sombras (Agostinho).

Um homem pode realizar grandes feitos e deter uma enorme quantidade de conhecimento, e ainda assim não ter nenhuma compreensão de si mesmo. Mas o sofrimento faz um homem olhar para dentro de si. Se isso acontecer, então lá, dentro de si, está o começo de sua aprendizagem (Soren Kierkegaard).

Você deseja puni-lo feroz e terrivelmente, com os mais terríveis castigos concebíveis, e ao mesmo tempo salvar e regenerar sua alma? Sendo esse o caso, inunde-o com sua misericórdia! Você verá e ouvirá quanto ele estremecerá e ficará chocado. "Como poderei suportar essa misericórdia? Como poderei suportar tanto amor?" Será isso que ele dirá (Fiodor Dostoievski).

Para chegar ao que você não é, você tem de seguir o caminho no qual você não está (T.S.Eliot).

"Eu era um servo ferido que se separou do rebanho há muito; com algumas flechas profundamente cravadas meu flanco ofegante foi atacado; quando desisti para buscar uma morte tranquila em sombras distantes lá fui achado, por aquele que também fora flechado pelos arqueiros. Em seu flanco Ele sofreu; e em suas mãos e pés, as cruéis cicatrizes. Com uma força gentil, pedindo para si as flechas, ele as puxou para fora, me curou, e me ofereceu vida (William Cowper).

Se nosso Deus fosse um deus pagão ou o deus dos intelectuais - o que para mim é praticamente a mesma coisa -, ele voaria para seu mais remoto céu, e nosso pesar o forçaria a descer à terra novamente. Mas, você sabe que nosso Deus veio para ficar entre nós. Sacuda o punho para ele, cuspa em seu rosto, açoite-o e, finalmente, o crucifique: o que importa? Tudo isso já foi feito a ele (George Bernanos).

Em todos os dramas da antiguidade, quer verídicos, quer encenados, vemos o mesmo padrão: o herói, seja Alexandre, seja Édipo, atinge o ponto mais alto para simplesmente ser derrubado. Só no drama de Jesus aparece o padrão inverso: o herói é derrubado para simplesmente ser elevado (Thomas Cahill).

O ideal cristão mudou e inverteu tudo, de forma que, como é dito no evangelho: "Aquilo que tem muito valor entre os homens é detestável aos olhos de Deus". O ideal já não é a grandeza de um faraó ou de um imperador romano, nem a beleza de um grego ou a riqueza da Fenícia, mas a humildade, a pureza, a compaixão e o amor. O herói não é o rico, mas o mendigo Lázaro; não é Maria Madalena em seus dias de beleza, mas no dia de seu arrependimento; não os que adquirem riquezas, mas os que a abandonam; não os que moram em palácios, mas os que vivem nas catacumbas e cabanas; não os que dominam sobre os outros, mas os que não admitem nenhuma autoridade além da de Deus (Leon Tolstoi).

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