"Nos passos do pastor" é o caminho de um peregrino em direção à cidade celestial.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
A Igreja e a Política
A Igreja e a Política militam em esferas diferentes, mas nem por isso antagônicas. Suas naturezas são distintas, isto é, a Igreja adora a Cristo, proclamando o seu evangelho através de palavras e atitudes, enquanto a Política legisla e administra a polis (daí o nome política) para o bem-estar de seus cidadãos. Martin Luther King Jr. disse que “a igreja não é a ferramenta do Estado, mas a sua consciência”, demonstrando bem as duas esferas de ação. Contudo, nós cristãos, devemos ser bons cidadãos da polis do homem e da polis de Deus ou, nas palavras de Agostinho, da Cidade dos Homens e da Cidade de Deus.
Aproximam-se as eleições. Como em todo país democrático o voto é um direito e uma imensa responsabilidade. O voto não tem preço, mas tem conseqüências. Sua má utilização perpetua a esteira de corrupção e jogos de interesses pessoais. Temos a responsabilidade como cidadãos da polis, de nortear nossas escolhas pelo padrão ético das Escrituras Sagradas com liberdade de opção, mas providos sempre de nossa regra de fé e prática: a Palavra de Deus. Nossas escolhas devem se fundamentar, portanto, na natureza da política e na natureza do evangelho. Como natureza da política está o atendimento aos interesses da população; a administração de acordo com a lei; a promoção do crescimento social, educacional e econômico; o cuidado e ampliação da infra-estrutura; o cultivo da cultura nacional, saúde e lazer; dentre outras. Como natureza do evangelho está o amor, a graça, a compaixão, a ética, o perdão, a santificação, a misericórdia, a honestidade e integridade, a mansidão, a humildade, dentre outras. Cuidemos, portanto, de não desprezar um precioso instrumento, o voto, buscando sempre honrar a boa política e o sublime evangelho de Jesus Cristo, através do qual fomos comprados por alto preço.
terça-feira, 3 de julho de 2012
SOCOS,CHUTES E BOFETADAS NA IMAGEM DE DEUS
A pergunta a ser feita a fim de se descobrir o que há de errado com práticas como o MMA, por exemplo, é: o que é o homem e qual o propósito de sua existência? Uma antropologia correta à luz das Escrituras nos auxiliará a respondê-la. A Bíblia declara categoricamente que o homem foi criado por Deus a sua imagem e semelhança (Gênesis 1:26,27). Isso significa que ele possui em seu ser atributos inerentes ao seu Criador, como: justiça, santidade e amor. Ele foi criado para “espelhar” e “representar” Deus diante de toda a criação. Seu papel é glorificar seu Criador, manifestando os atributos divinos perante toda criação. Mas algo terrível ocorreu: a imagem de Deus foi pervertida na Queda. Digo pervertida, não, perdida. Já que a imagem de Deus foi pervertida pela queda do homem no pecado, ela precisa ser renovada. Essa renovação ou restauração da imagem de Deus no homem é o que acontece no processo de redenção por meio de Jesus Cristo. Através de Jesus, o homem, que utilizava suas faculdades que o fazem semelhante a Deus de modo errado, é agora capacitado novamente a utilizá-los de modo correto. Esta restauração começa com a REGENERAÇÃO. A regeneração é um ato do Espírito Santo de Deus, através da pregação e do ensino da Palavra, pelo qual Ele primeiramente coloca a pessoa em união com Cristo e muda as inclinações de seu coração de tal modo que ela, que estava espiritualmente morta, se torna espiritualmente viva. A partir de agora, ela está pronta e disposta a crer no evangelho e servir a Cristo (João 1:12,13 e João 3:3). Esta restauração continua na SANTIFICAÇÃO. A santificação é o processo no qual há uma renovação progressiva da imagem de Deus no homem, corrompida pela queda (2Coríntios 7:1). Mas, o que isto significa na prática? A renovação ou restauração da imagem de Deus no homem significa que o homem é novamente capacitado a agir apropriadamente em sua tríplice relação, ou seja: sua relação com Deus, com seu próximo e com a criação. Primeiro, o homem é capacitado a estar apropriadamente voltado para Deus. Isto envolve amar a Deus de todo o coração, com toda a sua alma, com toda a sua mente e de toda a sua força (Marcos 12:30). Envolve adorar ao Deus verdadeiro e utilizar todas as suas faculdades de forma que glorifiquem a Deus. Segundo, o homem é capacitado para voltar-se apropriadamente a seu próximo. Isto envolve amar os nossos semelhantes como a nós mesmos. Envolve fazer pelo próximo o que esperamos receber deles. Envolve perdoar as falhas do outro como Cristo nos perdoou. Envolve interessar-se pela justiça social, pelos direitos humanos, pelas necessidades dos pobres e dos desamparados. Envolve servir ao próximo e não servir-se do próximo. Envolve até amar os inimigos (Mateus 5:44,45). Terceiro, o homem é capacitado para governar e cuidar da criação de Deus. Isto envolve dominar a natureza de forma responsável. Envolve explorar os recursos naturais de forma sustentável. Envolve preservar o meio ambiente contra a exploração gananciosa e predatória. Envolve desenvolver uma cultura cristã (artes, música, literatura, ciência, esporte, lazer, etc.) que espelhe a glória de Deus. Envolve desenvolver práticas agrícolas e científicas adequadas a produção de alimentos resguardando as reservas naturais. A renovação da imagem de Deus no homem não se refere apenas à piedade religiosa, mas é uma visão geral da vida, ou seja, uma cosmovisão humana: o relacionamento com Deus, com o próximo e com toda a criação de Deus. A grande e preciosa promessa é que todas as pessoas que foram atingidas pelo chamado de Cristo serão iguais a Cristo. Serão sua imagem como irmãos do Primogênito de Deus. Este é o destino último do discípulo: ser conforme a imagem de Cristo (Romanos 8.29). Nós agora, com a imagem renovada à imagem de Cristo, só podemos ser como Ele é. Agora que somos feitos imagem de Cristo, podemos viver segundo o seu exemplo. Esta renovação à imagem de Cristo é descrita de muitas formas no Novo Testamento. Ela é descrita como “despojar-se da velha natureza” e “revestir-se da nova natureza” (Colossenses 3:9,10), como “renovação da mente” (Romanos 12:2), como manifestação do “fruto do Espírito Santo” (Gálatas 5:16,22), como “assemelhar-se a imagem de Cristo” (Romanos 8:29, 2Coríntios 3:18), como “revestir-nos de Cristo” (Romanos 13:14). Essa renovação da imagem não é completada nesta vida. É, porém, um processo que continua durante toda a vida. “Os cristãos não são apenas pessoas boas, mas essencialmente pessoas novas”, escreveu C.S.Lewis. Pergunto, então: Como um homem com sua imagem renovada à imagem de Cristo e agora apto a desenvolver apropriadamente sua correta relação com Deus, com o próximo e com a criação pode compactuar e defender aquilo pelo qual o próprio Cristo o libertou? Como pode um homem regenerado e renovado por Cristo se alinhar com a escalada de violência que a sociedade publica e muitos aplaudem, no qual a dignidade, valorização e preservação da vida são postos em risco? Como pode um homem recriado à imagem de Cristo distribuir socos, chutes e bofetadas na imagem de Deus refletida na face do outro? Não seria isso uma contradição? A não ser que ele ainda não tenha sua imagem renovada...
segunda-feira, 25 de junho de 2012
OS CRISTÃOS E O MMA

terça-feira, 19 de junho de 2012
HISTÓRIA E FÉ

sexta-feira, 8 de junho de 2012
A CAMPANHA DO MEDO

quarta-feira, 30 de maio de 2012
A BÍBLIA QUE EU NUNCA CONHECI - Uma viagem a Israel
Vista apenas pelos olhos de um curioso turista de primeira viagem como eu, a terra da Bíblia já é um domínio estonteante de contrastes espetaculares. Foi o próprio Deus que disse: “levantei a minha mão para achar uma terra que tinha previsto para eles, a qual mana leite e mel, e é a glória de todas as terras” (Ez 20.6). Colocada compactamente em um estreito território de cerca de 89Km de largura e 240Km de comprimento, tem montanhas cujos picos são nevados durante o ano todo e uma depressão tão profunda que chega a ser o lugar mais baixo da terra. A oeste encontra-se o belíssimo litoral do Mediterrâneo, e a leste o deserto da Arábia, tendo as montanhas do Golan como divisa da Síria e do Líbano. Os vales férteis da Galiléia contrastam com o território árido do deserto da Judéia. Não existe outro lugar igual na terra. Tão compacto que cabe num espaço que pode ser atravessado de carro em poucas horas, contudo, foi o cenário dos eventos mais significativos da operação de Deus no mundo. Viajar através da Terra Santa, como fiz em maio deste ano, de norte a sul e de leste a oeste, pode descortinar pontos interessantes na percepção dos propósitos de Deus registrados nas Escrituras Sagradas. Ao percorrer os estreitos caminhos da velha Jerusalém, ou as trilhas arenosas de Massada e do deserto da Judéia, ou a exuberância dos jardins e tamareiras às margens do Mar da Galiléia, enxergamos concretamente a verdade de Deus pretendida para todas as nações. São novos horizontes que se abrem diante de nós, sobretudo abrindo uma janela cheia de luz para uma releitura da Bíblia que eu nunca conheci.
Penso que a terra da Bíblia serve a um propósito que há de durar mais do que a sua própria existência física. Como um grande palco para o desenrolar do drama dos eventos críticos da redenção, culminando no túmulo vazio em Jerusalém, essa terra serviu bem a Deus e ao homem. Se vista corretamente, pode reforçar, iluminar e dramatizar as verdades eternas da Bíblia. Pode inspirar um amor ainda mais profundo à Palavra de Deus e aperfeiçoar o entendimento do plano eterno da redenção do homem em Jesus Cristo.
terça-feira, 3 de abril de 2012
QUANDO TORNAMOS AS BÊNÇÃOS DE DEUS EM ALGO COMUM - Malaquias 1:1,2
Malaquias, que significa “meu mensageiro”, foi o último profeta de Deus do VT. Ele foi boca de Deus para um remanescente ingrato, rebelde e desanimado, apesar das bênçãos grandiosas de Deus: reconstrução do templo com Esdras, reconstrução dos muros com Neemias e retorno a Jerusalém após o exílio. Eles perderam a capacidade de se maravilhar diante das intervenções de Deus, cultivando um espírito acomodado e cínico. Os seis questionamentos (queixas) do povo para com Deus demonstram este espírito. Quando tornamos as bênçãos de Deus em algo comum, incorremos em graves distorções da fé. Vejamos.
Primeiro, quando tornamos as bênçãos de Deus em algo comum, desprezamos o seu inigualável amor (1:1,2). Deus relembra ao seu povo sua graciosa eleição, fruto de seu inigualável amor. Inigualável por ser incondicional. Deus ama aqueles que por natureza eram objetos de seu desagrado. Inigualável por ser invencível. Deus ama “até o fim” (Jo 31.1). Inigualável por ser sacrificial. Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito. Mas, a despeito do grande amor de Deus, o povo nutria um sentimento de desprezo e ingratidão: “Em quê tem nos amado?”.
Segundo, quando tornamos as bênçãos de Deus em algo comum, oferecemos o pior (1:6-8). Deus esperava ser honrado, contudo, os sacerdotes e o povo ofereciam o pior. À semelhança de um pai ou de um senhor de escravos que recebiam a honra de seu filho ou de seus súditos, Deus esperava ser honrado pelo seu povo, mas obteve o desprezo pela qualidade de suas ofertas. Os animais ofertados eram cegos, coxos e enfermos, contrariando a lei. Eram ofertas indignas até para serem oferecidas a um governante terreno (v 8). E o mais lamentável dessa atitude é que poderiam oferecer o melhor, mas não o faziam (v 14). Para Deus, seria melhor fechar as portas do templo do que ofendê-lo com tais ofertas (v 10). Devemos refletir sobre como tem sido nosso culto oferecido a Deus... Será que Cristo tem de fato recebido a primazia? (Cl 1:18).
Terceiro, quando tornamos as bênçãos de Deus em algo comum, invejamos a prosperidade dos perversos (2:17). O povo estava se comportando como Asafe se comportou no passado (Sl 73:3). “Eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos”. A prosperidade dos povos ao redor era causa de inveja, queixas e murmurações contra Deus (3:15). Em outras palavras, diziam: “Deus é injusto!”. O povo não conseguia reconhecer aquilo que Asafe reconheceu: que a riqueza material é efêmera; que o fim deles pode ser trágico; que a verdadeira riqueza é Deus quem nos dá (“Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo”, disse Jesus); que a justiça verdadeira se manifesta em Cristo (3:1-6). Ele virá e julgará a terra com a espada de sua boca (v 1-3). Em sua segunda vinda, Ele exercerá seu julgamento final (4:1,2).
Quarto, quando tornamos as bênçãos de Deus em algo comum, usurpamos o que lhe é de direito (3:8,9). O pior ladrão é aquele que não se reconhece como tal. O questionamento: “Em que te roubamos?”, demonstra todo o cinismo do povo em não reconhecer a desobediência e a infidelidade coletiva (v 9): “Vós me roubais, a nação toda”. Eles estavam se apropriando daquilo que não lhes pertencia: o dízimo é do Senhor! Certa feita Jesus foi argüido sobre o imposto, ao que respondeu: “Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Isto é, o cristão foi chamado para ser fiel em todas as esferas de atuação. Quando valorizamos a Deus e sua rica intervenção em nossas vidas, agimos como Davi (1 Cr 29): (1) Reconhecemos que tudo vem das mãos de Deus; (2) E das mãos de Deus o devolvemos.
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